Desde 2001, um website dedicado à divulgação dos Escritos teológicos de Emanuel Swedenborg (1688-1772).
Literatura :: Estudo Bíblico :: Biografia de Swedenborg :: Contatos :: Sermões :: Tópicos :: Swedenborg website :: Links

PÁGINA PRINCIPAL  |  ÍNDICE DAS PALESTRAS  | PÁGINA ANTERIOR |  PRÓXIMA PÁGINA 

Da Onipotência Divina

Terceira videoconferência de uma série

sobre temas diversos das Doutrinas Celestes

 

Neste último ano, nós temos examinado nessas videoconferências alguns pontos doutrinais dos Escritos teológicos de Swedenborg e com isso estivemos tomando conhecimento, pela primeira vez, de alguns conceitos bem interessantes nas matérias da fé. Para nós, que estamos familiarizados com o sistema religioso cristão tradicional, alguns desses conceitos são inusitados ou completas novidades, pois não tinham sido abordados em nenhum outro tratado teológico ou doutrinário por nenhum autor.

É normal que, à medida que vamos avançando em idade e em razão, dediquemos cada vez mais importância aos assuntos de nossa espiritualidade. Daí a validade de examinarmos esses conceitos religiosos que Swedenborg nos apresenta como arcanos, e de considerarmos como esses ensinamentos podem contribuir para nossa melhoria espiritual. Independentemente da crença que professamos, esse é um ponto que merece nossa reflexão.

Já vimos as explicações peculiares que nos são dadas por Swedenborg para os relatos da criação do universo, do homem e da mulher, no livro de Gênesis, bem como para o dilúvio, o juízo final e outros assuntos, e percebemos como essas explicações abrem nosso entendimento para um novo panorama da vida espiritual. Assim, dando continuidade ao nosso estudo, hoje eu gostaria de apresentar a vocês mais um conceito novo, desta vez sobre a Onipotência Divina.

O termo “onipotente” vem do latim “omni”, tudo, e “potens”, aquele que pode, ou seja, “aquele que pode tudo”, ou, o Todo-poderoso. E o que podemos aprender de novo nas obras de Swedenborg sobre a Onipotência Divina? Em resumo, aprendemos o seguinte: A Onipotência não é poder fazer todas as coisas. Ou, dizendo de outro modo, Deus, o Todo-poderoso, não pode fazer tudo, como normalmente se acredita. Ou, dizendo de outro modo ainda: a Onipotência Divina não é absoluta. Aliás, é uma premissa da filosofia que ninguém pode fazer todas as coisas, nem mesmo Deus.

Sei que parece muito estranho dizer que o Todo-poderoso não pode fazer tudo, pois é como se dissesse que a Onipotência Divina fosse menos poderosa e menos Divina, por ter certas limitações. De fato, para a crença cristã judaica tradicional, a ideia de uma Onipotência limitada é inimaginável e, talvez, completamente inaceitável, pois faz parte dessa crença pensar que Deus pode fazer toda e qualquer coisa, a Seu bel-prazer.

No entanto, somos convidados a ir mais adiante e refletir sobre a ideia com que estamos acostumados, de que Deus pode fazer todas as coisas. Se a examinarmos bem, veremos que essa ideia envolve e implica, necessariamente, que, se Ele pode fazer toda e qualquer coisa, pode, inclusive, fazer o mal. E, realmente, os dogmas do cristianismo sempre ensinaram exatamente isso, que Deus pode fazer tudo, tanto o bem quanto o mal. É por isso que as religiões tradicionais ensinam que Deus pode abençoar e, também, amaldiçoar. Pode recompensar e, também, castigar. Pode elevar as almas à felicidade do céu e, também, lançá-las nas profundezas do inferno.

E é dessa visão que muitas pessoas acabam inevitavelmente formando para a si a ideia de Deus como um Ser severo, rancoroso, vingativo, que pesa a mão sobre os rebeldes e incrédulos. Um Deus terrível que pune, fere e mata o ímpio de morte eterna. Um Deus que abandona a criatura humana num lago fervente infernal por milhões e milhões de anos, por toda a eternidade, se a tal pessoa, durante os breves anos de sua vida no mundo terra, não quis se submeter a Ele ou não quis Lhe render culto. Milhões e milhões de anos de tormento por causa de breves anos de desobediência... Não nos parece que isso seria uma punição imensamente desproporcional ao erro cometido?

Não obstante, essa e muitas outras noções medonhas de um Deus temperamental, irado, que pode fazer tanto o bem quanto o mal, é amplamente ensinada dos púlpitos e fartamente apoiada em dezenas de passagens bíblicas entendidas literalmente.

Mas, leiamos uma passagem da obra “Verdadeira Religião Cristã” sobre isso: “A opinião dominante hoje é que a Onipotência de Deus é semelhante à potência no mundo de um rei absoluto, que pode, a seu bel-prazer, fazer tudo o que quiser, absolver e condenar quem quiser, fazer o culpado inocente, declarar fiel o que é infiel, colocar o homem incapaz e sem mérito acima do homem capaz e de mérito; e que pode mesmo, sob um pretexto qualquer, tirar de seus súditos os seus bens e entregá-los à morte, além de muitos outros abusos semelhantes. Por esta opinião, esta fé e esta doutrina insensatas sobre a Onipotência Divina espalharam-se na Igreja tantas falsidades, ilusões e qui¬meras...”

E continua:

“Se a Onipotência Divina tivesse a extensão para fazer o mal como para fazer o bem, que diferença haveria dentre Deus e o diabo? Não haveria outra [diferença], senão a que existe entre dois monarcas, um dos quais é rei e ao mesmo tempo tirano, e o outro tirano cuja potência foi amarrada, o que faz com que não seja chamado rei; ou entre um pastor a quem foi permitido agir como ovelha e também como leopardo, e um pastor a quem isso não foi permitido.” (57)

O conceito novo sobre a onipotência Divina é, portanto, que ela não é absoluta, mas “procede e opera segundo as leis de Sua ordem”. Deus é onipotente porque pode fazer todas as coisas por Si, enquanto nós só podemos fazer algo por causa do poder que Ele nos dá.

Aprendemos que em Deus o poder e o querer são um, e como Ele só Quer o Bem, por isso só pode fazer o Bem. “Sua Onipotência só opera dentro da esfera de extensão do Bem”. “Se¬gundo isso, torna-se evidente que a Onipotência Divina não pode, de modo algum, sair fora de Si para se pôr em contato com o mal, nem o repelir de Si, pois o mal se afasta por si mesmo... Por estes poucos detalhes pode-se ver em que extra¬vagância estão aqueles que pensam e, mais ainda, os que creem e, mais ainda, os que ensinam, que Deus pode condenar alguém, maldizer alguém, lançar alguém no inferno, predestinar a alma de alguém à morte eterna, vingar-se de injúrias, pôr-se em cólera, punir. Mais ainda, Ele não pode sequer Se afastar do ho¬mem, nem encará-lo com uma face severa. Essas coisas e outras seme¬lhantes são contra a Essência de Deus e quem é contra sua essência é contra si mes¬mo” ( 56).

Deus não pode sequer olhar para a criatura humana com um rosto severo. Esse ensinamento tão marcante desse livro se contrapõe exatamente àquela imagem injusta que se faz de Deus como um Juiz vingativo que condena e castiga o ser humano.

Então, Deus pode fazer todas as coisas que estão em conformidade com Sua ordem e no âmbito do bem. Toda ação d’Ele é motivada pelo bem, orientada pelo bem e executada a partir do bem, segundo o bem, e visa um bom propósito. Dessa maneira, dentro dessa esfera de ação Divina, o mal é um elemento paradoxal, impossível, inconcebível, simplesmente não existente. É algo fora de cogitação ou que não é aplicável ao Divino, pois Ele é o Bem mesmo, e do Bem mesmo só pode proceder o bem, nunca o mal.

Pensar no mal e fazer o mal é coisa exclusivamente do ser humano caído, como resultado de sua queda, que foi uma transgressão da Ordem Divina. O mal tem origem no meramente humano, nunca no Divino. Constatamos, então, quão injusta e caluniosa é a ideia simplista ou infantil de se atribuir a Deus o poder de fazer tanto o bem quanto o mal.

Mas, então – pergunta-se – por que na Bíblia e, consequentemente, na doutrina judaico cristã, se fala tantas vezes que Deus castiga, fere, mata, condena ao inferno? Conforme já tivemos a oportunidade de ver aqui, isto se deve ao fato de que a Bíblia foi escrita numa linguagem acessível ao entendimento dos simples e das crianças, mas contendo um sentido espiritual que falasse uma linguagem adequada à mente quando ela se tornasse racional.

Todavia, essa ideia primitiva, de que Deus que pode castigar e fazer o mal, é, não obstante, permitida porque ela incute o temor do castigo e, por esse temor, a pessoa se afasta do mal. Pois enquanto a pessoa não pode ser conduzida pela racionalidade, deve ser conduzida pelo temor da pena e pela expectativa da recompensa. O medo da punição é a única maneira de se conter o malvado; não existe outra maneira. Porque, quando não tem temor algum da punição, o ser humano pode se entregar a males de toda natureza e assim se tornar pior do que as bestas irracionais, pois elas vivem dentro das leis da Ordem. Sem um código legal e penal as criaturas humanas se precipitariam umas contra as outras e em pouco tempo destruiriam a civilização humana.

Em uma definição simples, a doutrina nova que estamos vendo aqui é: Deus pode fazer tudo o que for bom e não pode fazer o que for mal, nem pode fazer algum bem que resulte em mal. Essas ideias já nos dão, por si mesmas, respostas para muitas questões que muitas vezes as pessoas levantam sobre a operação de Deus, quando perguntam: “Por que Deus não faz isso?... Por que Deus não faz aquilo?...” E assim por diante.

E um sumário das explicações é que Deus não pode agir fora de sua Essência, fora de Seu Divino Amor e Sabedoria, porque não pode agir fora de Sua Ordem. Agir fora dessa Ordem seria agir contra Sua Essência, o que está fora de cogitação para Deus. Deus não pode tampouco fazer determinados “bens”, se esses bens forem resultar em mal. Isto porque Deus age sempre tendo em vista os propósitos e fins eternos, e não os efeitos e as causas imediatas e temporais.

Há coisas que parecem boas, mas que Deus não pode fazer. Lemos no mesmo livro: “Se, segundo a fé de hoje, a Onipotência de Deus fosse absoluta tanto para fazer o bem como para fazer o mal, não seria possível, e mesmo não seria fácil para Deus elevar todo o inferno ao céu, mudar os diabos e satanases em anjos e purificar, em um instante, de seus pecados todo ímpio sobre a Terra, renová-lo, santificá-lo, regenerá-lo e fazer dele de um filho da cólera um filho da graça, isto é, justificá-lo, o que se faria some pela adjudicação da justiça de Seu Filho? Mas Deus, pela Sua Onipotência, não pode isso porque isso é contra as leis de Sua Ordem no Universo e, ao mesmo tempo, contra as leis da Ordem postas em cada homem, as quais consistem em que de uma parte e de outra haja mutuamente conjunção...” ( 58).

A conjunção mútua entre Deus e o homem é uma aliança segundo a qual Deus salve o homem, e o homem creia em Deus e se afaste do mal. Sem a fé da parte do homem, não pode haver a ação de Deus, pois não haveria reciprocidade, mas constrangimento. Vamos tomar um exemplo real. É dito em Marcos (6:5) que em Cafarnaum, em sua própria cidade, Jesus enfrentou a incredulidade dos seus e “não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” É curioso ler que Jesus não pôde fazer milagres. E perguntamos: por que terá sido? Será que Lhe faltou o poder? Obviamente, não. Será que então a cura dependia da fé das pessoas, como se o poder estivesse na fé? Também não, porque, embora o Senhor tenha feito muitos milagres em consonância com a fé de alguns, Ele também fez outros sem que houvesse fé de ninguém estivesse envolvida, como foi o caso de fazer cessar a tempestade no mar, prova de que o milagre não vinha da fé, mas do poder d’Ele. Então, por que Ele não pôde fazer milagres ali? A resposta é: Porque os milagres constrangem a crença. Ele não pôde fazer milagres não porque não tivesse poder, mas porque, se os fizesse, os incrédulos estariam sendo constrangidos ou forçados a crer pelos milagres, mas a fé imposta por persuasão é uma fé constrangida, que não permanece e é depois rejeitada. Por isso, em vez de persuadir pelos milagres, o Senhor convencia pela razão. Se, porém, a pessoa já tivesse fé, o milagre não iria constranger a crença, e por isso Ele o fazia.

Mas, vejamos um exemplo. Suponhamos que a pessoa reconheça que tem praticado um determinado mal habitualmente e considere esse mal como pecado contra Deus. Então ela confessa esse pecado diante de Deus e pede a Ele perdão e que a livre desse mal. Será que a Onipotência Divina pode instantaneamente extirpar aquele mal da vontade da pessoa, porque ela assim pediu? Não. Deus não pode remover esse mal nela, a menos que ela realmente o queira e se esforce para fazer isso como se fosse por si mesma. E, mesmo quando ela se esforçar e cooperar, Deus não pode extirpar o mal de uma só vez, porque esse mal, como se tornou hábito, passou a fazer parte de natureza ou caráter da pessoa. Remover o mal do homem instantaneamente ou sem licença e cooperação do homem seria agir contra a liberdade de escolha que Ele deu ao homem e, por conseguinte, agir contra a Ordem, pois a Ordem é que, ao criar o ser humano à Sua Imagem e Semelhança, Deus lhe deu o livre-arbítrio, senão o homem não seria homem, mas um autômato.

Vemos que a Onipotência Divina é, portanto, delimitada pela Ordem e, assim, pelo Amor ou Querer de Deus. Deus pode tudo o que quer, e não pode o que não quer. O Seu poder e o Seu querer fazem um. Por isso é que pode salvar o homem, pois quer fazer isso. Mas Ele não pode fazer o mal ou aquilo que depois possa resultar em mal, pois Ele não quer isso.

Mas, mesmo o querer d’Ele leva em conta a Ordem, antes de realizar. Por exemplo, se alguém perguntar: “Se Deus quer salvar o homem, porque não o salva de uma vez?” A resposta é que Ele quer salvar o homem, mas só pode fazer isso numa condição em que o homem seja preservado íntegro quanto à sua individualidade, liberdade, identidade etc. Se não fosse em conformidade com essa Ordem, a ação Divina nada mais seria que uma violência feita ao ser mesmo do indivíduo. Por isso é que chegamos à conclusão: Ele quer salvar o homem, por isso pode salvar o homem, contanto que isto se opere e se faça dentro da Ordem. E não pode salvá-lo fora da Ordem, isto é, sem levar em conta o que é realmente bom para homem: seria apenas aniquilar o ser do homem e torná-lo ainda mais infeliz.

A este ponto, é possível enxergar com clareza a resposta para aquelas questões: “Por que Deus não...”, especialmente quando vemos notícias de de¬sastres e tragédias; achamos que Deus poderia ter feito alguma coisa para evitá-los e não fez. Pensar que Deus poderia fazer algo de bom e não fez é uma suposição difamatória, pois é atribuir a Deus a omissão, a falta de compaixão. Mas ela procede da ig¬norância sobre o que é a Divina Onipotência. O fato claro e definitivo é que Ele não evitou algo porque não pôde. Se pudesse, certamente teria evitado. E se não pôde, foi porque Sua intervenção impedindo aquele evento resultaria depois em mal maior e não em bem.

E aqui novamente temos de nos lembrar que, quando falamos em “mal” e “bem” em relação a Deus, estamos falando de “mal” e “bem” eternos. Deus visa o bem eterno e previne o mal eterno e, se for possível, também visa, ao mesmo tempo, o bem temporal e previne o mal temporal. Mas as coisas eternas é que são as prioridades d’Ele e não as temporais, pois as eternas são infinitamente mais sérias e mais importantes. Desastres, tragédias, pestes e doenças, por mais graves que sejam, são coisas meramente temporais e transitórias, circunscritas à vida terrena. Mesmo assim, elas são evitadas por Deus tanto quanto possível, se essa prevenção resultar em bem na eternidade. De fato, Deus está evitando, a todo momento, a imensa e absoluta maioria de males e tragédias que poderiam atingir à humanidade, sem que sequer tenhamos noção disso. E aquelas que Ele não pôde evitar, por razão eternas, e que nos impressionam tanto, são em número infinitamente menor do que aquelas Ele evita e das quais não temos conhecimento algum.

Deus tem em vista a eternidade quando governa os acontecimentos terrenos, sejam bons ou ruins, pois esses são relati¬vamente nada em relação à nossa vida eterna.

Em resumo: se Deus não pôde impedir, mas permitiu alguma coisa é porque, se Ele a tivesse impedido, o resultado seria pior do que foi, ainda que as aparências externas digam o con¬trário. Mas, ainda assim, Ele estabeleceu outra Lei da ordem: Todo mal só é permitido se desse mal puder ser tirado algum bem que o supere. Não que o compense, mas que o supere. Assim o Amor Divino tira do mal um bem, como do esterco faz sair a seiva nutritiva da planta.

Outro aspecto interessante em relação à Divina Onipotência é que, em geral, quando as pessoas falam dela, sempre a atribuem ao Ser Divino invisível. O que eu quero dizer é que, como as pessoas geralmente dividem a Trindade Divina em pessoas distintas, elas supõem que a Onipotência pertence ao Deus Pai e não ao Deus Filho. Por isso, poucas pessoas pensam em Jesus Cristo quando ouvem o termo “Todo-poderoso”. Sobre isso, devemos nos lembrar que Jesus, ao final de Seu ministério terreno, após a Ressurreição e Glorificação, disse: “Todo poder me é dado no céu e na terra”. Ora, quem tem todo o poder é Todo-poderoso. E se houvesse duas ou três pessoas Divinas, aquela que outorgasse ou transferisse todo o seu poder à outra, teria ficado sem poder algum. Mas é contra a razão, a lógica e o bom senso pensar em uma divindade destituída de todo poder, assim como é irracional pensar que possa haver dois Todo-poderosos.

Então, a única solução possível é entender que o Pai e o Filho são uma única e a mesma pessoa. O Deus Criador Se fez carne, e habitou entre nós, como disse João no início de seu evangelho. Ele, que é Infinito e Eterno, entrou no tempo e no espaço e aqui se revestiu de um corpo Humano, para assim se aproximar do homem e fazer a obra de redenção. Enquanto estava no mundo, o Humano que Ele havia tomado era como Seu templo, e a Alma daquele Humano era o Divino mesmo. E Ele foi gradativamente divinizando ou glorificando aquele Humano, até que, ao ressuscitar da morte, Aquele Humano se tornara inteiramente unido ao Divino e igualmente Divino, Um só, como o Corpo e a Alma fazem uma só pessoa. Por isso, por essa união, a Alma ou Deus eterno, como era o Todo-poderoso, fez com o corpo Humano também se tornasse Todo-poderoso. O aspecto visível de Deus, Jesus Cristo, se tornou um com o Seu Ser invisível, e Deus agora Se tornou Todo-poderoso até quanto ao nível natural, ou o aspecto visível de Deus, que é Jesus Cristo.

Uma visão justa do que é de fato o poder Divino nos ajuda a compreender o modo como Ele opera em nosso benefício. Tudo o que Ele quer é nosso bem e tudo o que Ele faz é bom. Pode ser que, como nossos olhos não alcançam além do que é material, talvez não possamos enxergar os propósitos eternos que Ele visa quando está operando nosso bem. Mas devemos ter fé que assim é.

Ele pode e quer nos dar tudo o que for realmente bom para nós. Mas Ele precisa considerar principalmente a vida eterna e, se for possível, também a vida material. Por isso, se suplicamos a Ele algo que nos parece bom, e parece que Ele não nos atende, certamente é porque aquilo não seria de fato um bem e, ainda que seja Onipotente, foi algo que Ele não pôde fazer, pois estava fora da esfera do Bem. Assim, tenhamos fé, paciência e esperança, porque Ele governa todas as coisas, e “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rom. 8:28).

 

PÁGINA PRINCIPAL  |  ÍNDICE DAS PALESTRAS  | PÁGINA ANTERIOR |  PRÓXIMA PÁGINA

Atualização: Dezembro, 2022 - doutrinascelestes@gmail.com -