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Babel, a torre e a cidade Décima sétima videoconferência de uma série sobre o sentido espiritual do livro de Gênesis
"E foi toda a terra um só lábio, e as palavras [eram] uma só. E aconteceu, quando partiram estes do oriente, então encontraram um vale na terra de Shinar e habitaram aí. E disseram o varão ao seu companheiro: Eia, façamos tijolos e queimemo-los no fogo; e foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume foi para eles por barro. E disseram: Eia, edifiquemo-nos uma cidade e uma torre, e a cabeça dela [seja] no céu; e façamo-nos um nome, para que talvez não sejamos dispersados sobre as faces de toda a terra. E desceu JEHOVAH para ver a cidade e a torre que edificavam os filhos do homem. E disse JEHOVAH: Eis um só povo e um só lábio para todos eles e, por isso, o começo deles para fazer; e agora nada lhes será proibido de tudo que cogitarem fazer. Eia, desçamos e confundamos aí o lábio deles para que não ouçam, o varão o lábio do seu companheiro. E dispersou-os JEHOVAH daí sobre as faces de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por isso chamou o nome dela Babel, porque aí confundiu JEHOVAH o lábio de toda a terra; e daí os dispersou JEHOVAH sobre as faces de toda a terra." Gênesis 11:1-9 No segundo semestre do ano passado tivemos a oportunidade de examinar aqui, em várias palestras, o significado espiritual existente nos relatos da criação no livro de Gênesis, segundo as explicações que nos são dadas nos Escritos teológicos de Swedenborg. Convém lembrar que vemos Swedenborg apenas como o divulgador da existência desse simbolismo no texto nas Sagradas Escrituras. Ele não foi o revelador, nem quis chamar atenção alguma para si mesmo. Por isso, nós não o veneramos, mas o consideramos com a honra que merece todo fiel servidor do Senhor Jesus Cristo. Cremos que a revelação do sentido espiritual da Palavra só poderia ser feita pelo Senhor mesmo, conforme se vê no capítulo do Apocalipse que fala de um livro selado, cujos selos somente o Cordeiro de Deus pôde desatar. Pela abertura desse livro selado, que é a letra da Palavra, ficamos sabendo que todos os relatos, do capítulo 1 até o 11 do livro de Gênesis, não devem ser tomados ao pé da letra, pois são meramente simbólicos, segundo o que ficou demonstrado por diversas confirmações que apresentamos nas palestras anteriores. Portanto, o que temos ali não são fatos históricos, mas meras alegorias, isto é, descrições da realidade espiritual representadas por objetos e sujeitos do mundo natural, como tipos simbólicos. É uma realidade sendo espelhada na outra, para que possamos entender, pelas correspondências existentes entre elas, como é essa outra dimensão de nossa existência, coisa que, de outra maneira, permaneceria desconhecida para nós. Agora, pois, chegando ao capítulo 11 do Gênesis, encontramos a história da torre de Babel. Note-se que Babel e Babilônia são um mesmo nome na língua hebraica, Bavel, ou confusão, em todo o Velho Testamento. Já no Novo Testamento foi usada a derivação grega, “Babilônia”. Por isso, quase tudo o que lemos no livro do Apocalipse, a respeito da Babilônia Destruída, aplica-se também ao que se diz em Gênesis sobre Babel. Então, o relato da construção de uma cidade e uma torre, chamados Babel, os eventos, as pessoas e os lugares citados, não existiram, de fato, pois são representativos. Porém, da metade do capítulo 11 em diante, a partir de Éber, os nomes começam a ser de pessoas reais. Esses nomes são ainda representativos e significam coisas espirituais, como anteriormente, mas desse ponto em diante são pessoas que existiram de fato, como é o caso de Naor, Terá, Abrão e outros citados ali no capítulo 11. Aliás, falando da construção de uma cidade chamada Babel, temos no próprio texto uma evidência de que esse relato é apenas simbólico, porque, do contrário, se o considerarmos como fato histórico, estaremos diante de uma contradição, porque, se no capítulo 11 é dito que o povo construiu a cidade que levou esse nome, no capítulo anterior, 10, (vers. 10), “foi dito que Babel fora edificada por Ninrod”. Por isso, “Babel significa não uma cidade, mas uma coisa, e aqui, o culto cujos interiores são profanos enquanto os externos parecem santos”. O versículo 1 diz que havia “em toda a terra um só lábio, e as palavras eram uma só”. Parece claro que não devemos ver nisso uma informação histórica sobre a origem dos diversos idiomas da humanidade, pois isso fugiria da finalidade dos relatos bíblicos. ‘Foi toda terra um só lábio, e as palavras um só’ significa que havia, em toda a parte, uma única doutrina no geral e no particular; o ‘lábio’ é a doutrina; a ‘terra’ é a igreja. ‘E as palavras [eram] uma só’ significa que a doutrina era uma só no particular”, explicam-nos os Arcanos Celestes. O assunto aqui é a Igreja Antiga, que nessa ocasião estava espalhada por diversas regiões do globo, e a doutrina que era comum para todas as pessoas daquela Igreja eram os ensinamentos do amor ao próximo, ou amor mútuo e caridade. “O amor mútuo e a caridade fazem que todas as coisas sejam uma só, ainda que sejam variadas, pois de várias faz a unidade. Todos, seja quanto for o seu número (mesmo que de miríades e miríades), se estão na caridade, ou no amor mútuo, todos têm um único fim [ou propósito], a saber: o bem comum, o Reino do Senhor e o Senhor mesmo.” (AC 1285). Como o azeite dá liga à farinha de trigo, para se fazer o pão, assim o amor deve ou deveria ligar as diversas crenças, para constituírem uma só igreja diante de Deus. O ensinamento sobre o amor a Deus e ao próximo deve ser o essencial da igreja, e a prática desse amor deve ser o essencial do indivíduo, pois o amor ao próximo ou caridade é aquilo que Deus quer ver nas religiões e na vida das pessoas. Se a caridade estiver em primeiro lugar, as diferenças das igrejas farão a beleza das variedades e não divergências. Mas, como acontece em toda dispensação da igreja, também aquela Igreja Antiga, com o tempo, começou a se afastar da caridade. Essa mudança de estado é contada no versículo 2: “E aconteceu, quando partiram estes do oriente, então encontraram um vale na terra de Shinar e habitaram aí.” ‘Quando partiram estes do oriente’ significa quando eles se afastaram da caridade; o ‘oriente’ é a caridade proveniente do Senhor. ‘Encontraram um vale na terra de Shinar’ significa que o culto se tornava mais impuro e profano; ‘e habitaram aí’ significa a vida que daí resultou.” Nós já tivemos a oportunidade de ver uma ocorrência semelhante a essa contada na história de Cain e Abel, que é a história da relação entre a fé e a caridade. Quando a igreja, que então era a Antiquíssima, começou a declinar, ela deixou de ver a caridade, representada por Abel, como principal, e passou a dar supremacia à fé, representada por Cain. E quando acontece isso, a fé deixa de se concentrar no próximo e passa a buscar o interesse próprio; assim a caridade é desprezada e perece, e se diz que a fé aniquila a caridade, ou Cain mata Abel. Agora, na Igreja Antiga, pós-diluviana, uma degeneração semelhante acontece quando eles “partem do Oriente”. O ‘Oriente’, na Palavra, é o Senhor e a caridade; e eles foram para num vale, que, por ser um lugar baixo em oposição às montanhas, representa um estado de vida decaído, uma vida de impureza e profanação. Um fato curioso para se notar: Quando foram habitar nesse vale, o que eles fizeram primeiro? A cidade e a torre? Não. Leiamos o versículo 3: “E disseram o varão ao seu companheiro: Eia, façamos tijolos e queimemo-los no fogo; e foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume foi para eles por barro.” Nota-se que no versículo 3 não se fala ainda da intenção de construírem a cidade e a torre. Isto só vai aparecer no versículo seguinte, 4. No 3, eles estão somente fabricando tijolos e os queimando bem, e juntando betume. Parece óbvio notar isso, mas a ordem aqui é importante, porque cada palavra, e cada posição de uma palavra na frase, é importante no sentido interno. Portanto, parece haver aqui uma relação de causa e consequência. Primeiro, começaram a fazer tijolos; depois, resolveram construir. Ou, como eles tinham tijolos e betume, por isso quiseram construir a cidade e a torre. Mas o começo foi a fabricação de tijolos, queimando-os bem e substituindo com eles as pedras, como se diz: “E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume foi para eles por barro.” Vejamos mais claramente essa relação de pedra e tijolo, barro e betume. Em toda parte na Palavra, as pedras representam as verdades. As pedras preciosas são as verdades da letra da Palavra. O Senhor é chamado Rocha e Pedra de Israel. Na construção do altar, a ordem de Deus foi expressa, que usassem pedras inteiras, não cortadas a ferro (Deut. 27:5, 6), porque a pedra cortada representava verdades artificias, não genuínas, enquanto a pedra inteira, tal como sai da pedreira, é a verdade como é, não sujeita ao bel prazer da interpretação individual. Uma verdade assim, inteira, “bruta”, no bom sentido, e sólida, foi a declaração que Pedro fez: “Tu és Cristo, o Filho de Deus”, e o Senhor disse a ele: “Sobre esta pedra edificarei Minha igreja” Já os tijolos, que eles usaram para substituir as pedras, representam as falsidades empregadas como se fossem verdades, adaptadas às conveniências de cada um. A verdade se torna falsidade quando é cortada, torcida ou moldada por algum interesse próprio. A vontade de modificar a verdade e deturpá-la é o calor com que se queima bem o tijolo fabricado, para que este adquira uma dureza que imita à da pedra. Esse calor vem do proprium do indivíduo, o amor de si. As pessoas do vale de Shinar desprezaram as verdades e adotaram ideias falsas, princípios e pontos de vistas que mais lhes convinham. E também ignoraram o bem, a finalidade boa a que a verdade conduz, o bem do próximo. E, para ligar um conceito falso ao outro, tomaram o betume, que, por ser inflamável, representa a cobiça do amor de si. Então, após estarem habituados a fabricar tijolos bem queimados, com que substituíram as pedras, e obtiveram o betume para substituir o barro, foi que as pessoas passaram para o estado seguinte: construir uma cidade, uma torre, cuja cabeça estivesse no céu, e erigir um nome, para não serem dispersos na terra. Começaram trocando as verdades por falsidades; depois, o bem pelo mal da cobiça; por fim, quiseram elevarem seu nome até o céu. Essa sucessão de etapas nos deve fazer pensar sobre várias coisas. A principal é que nunca devemos perder de vista que o amor mútuo, o amor ao próximo, deve ser o fundamental da igreja dentro de cada um de nós. Se nos esquecermos de valorizar e praticar a caridade, estaremos nos afastando do Senhor, nosso Oriente, e descendo para habitar num vale de valores baixos, vãos e egoísticos. Outra reflexão é que devemos ser leais à verdade, e não tentar mudá-la ou adaptá-la à nossa conveniência. Quer ela nos beneficie, quer não, é a verdade. Porque o Senhor disse: “Mas seja vosso falar, sim, sim; não, não; porque o que disto passa, do mal procede” (Mat. 5:37). Devemos aprender a ser intransigentes quanto ao que é a verdade; devemos amar a verdade por causa da verdade mesma, e não pelo que ela pode nos trazer de bom, ou pelo que ela pode nos acarretar de ruim. Porque, se a pessoa é condescendente com seus próprios motivos e razões, em detrimento da verdade, ela acabará fabricando os tijolos da verdade relativa, ajustada, acomodada, e então a verdade é substituída pela falsidade mais conveniente aos interesses próprios. No que se refere a trocar o barro por betume, sabemos que o barro, também chamado humo, significa na Palavra o bem, a matéria prima com a qual o Senhor forma o homem e o regenera. Por isso o Senhor é comparado ao Oleiro, e o homem é o barro nesse processo. “O ‘barro’ está no lugar do ...homem da igreja, homem que é formado; assim, está no lugar do bem da caridade por meio do qual há a formação de todo homem, isto é, a sua reforma e regeneração. Em Jeremias: “Do mesmo modo que o barro [está] na mão do oleiro, assim nós na tua mão, ó casa de Israel” (18: 6)” (AC 1300). Já o betume, por ser sulfuroso e inflamável, representa os males das diversas cobiças, porque esses males, se acesos ou abrasados, podem causar a destruição do humano por dentro, um incêndio tal que nunca se apaga (Marcos 9:46). Portanto, o betume no lugar do barro é a intenção egoística por trás das ações. E essa intenção má se agrava e se torna em mal ativo e mal confirmado quando é justificada pelas falsidades, isto é, o betume e o tijolo ligados. Eles tinham tijolos e betume, e por isso podiam fazer uma cidade e uma torre. A cidade, na Palavra, não significa uma cidade mesma, mas a doutrina de vida da pessoa, porque o modo de vida é ambiente espiritual de cada um. As casas são os estados de afeição, as ruas e estradas são os pensamentos que levam de uma morada a outra, de uma cidade a outra, e a cidade é o conjunto de ações e princípios da vida que se tem. Por isso as diversas cidades na Palavra representam as diversas doutrinas, sejam doutrinas sãs, sejam heréticas (AC 1306). E a torre representa o culto de si próprio. “Há o culto de si próprio quando o próprio homem se eleva acima de um outro até que seja cultuado; por isso o amor de si, que é o fausto e a soberba, chama-se altivez, eminência, elevação, e é descrito por meio de todas as coisas que são elevadas, como em Isaías: “Os olhos da soberba do homem serão humilhados, e será rebaixada a altivez dos varões, e será exaltado JEHOVAH, só Ele nesse dia, pois o dia de JEHOVAH Zebaoth [virá] sobre todo soberbo e altivo e sobre todo elevado, e serão humilhados; e sobre todos os cedros do Líbano altos e elevados, e sobre todos os carvalhos de Bashan [Basã], e sobre todos os montes altos e sobre todas as colinas elevadas; e sobre toda torre alta e sobre toda muralha fortificada” (2: 11–18)”. Em suma, a torre representa a soberba, a altivez e o orgulho do ser humano, quando ele se põe acima de todos os outros e acima de tudo o mais. Mas a torre que eles queriam construir tinha outra característica ainda: “que a cabeça dela estivesse no céu”. Isso representava que eles queriam alcançar dominação sobre as coisas que estão no céu (AC 1307). E, neste ponto, nos lembramos do que foi dito a respeito da Babilônia, no Apocalipse. “Assim como a altivez do povo em Babel, que queria erigir um nome até os céus, os reis babilônicos tiveram uma noção exacerbada da própria grandeza, ao ponto de se colocarem em lugar de Deus e acima das coisas de Deus. É isto, então, que o símbolo “Babilônia” caracteriza na Bíblia: “Por ‘Babilônia’ se entendem todos os que querem ter domínio pela religião. Dominar pela religião é dominar sobre as almas dos homens, assim, sobre a sua vida espiritual mesma por meio das coisas Divinas de sua religião. Todos os que têm a dominação por objetivo final e a religião por meio são a ‘Babilônia’ em geral” (JF 54). “A torre ter o topo no céu” significa ter domínio sobre todas as coisas do céu e da terra. Esse é o desejo daqueles que amam a si mesmos mais do que ao Senhor e ao próximo. Desejam que todos se lhe submetam e tratam com rigor os que estão sob sua dependência. Os seus interesses estão acima de tudo. Todos os males resultantes desse exagerado amor de si, como ódios, vinganças, crueldades, adultérios são simbolizados por essa “torre cujo topo está no céu” (JLF) É preciso que se diga que o desejo de dominar não é, em si, um desejo mau. O amor de dominar depende da intenção por trás. Porque há dois gêneros de dominação: um é pelo amor de si, e outro pelo amor ao próximo. “Quem domina pelo amor para com o próximo quer o bem de todos e nada ama mais do que os usos, assim, servir aos outros (por servir aos outros se entende querer bem aos outros e prestar usos, seja à igreja, à pátria, à sociedade ou ao concidadão). Tal é o seu amor e tal é o prazer de seu coração. Esse, também, quanto mais é elevado às dignidades acima dos outros, mais se alegra, mas não por causa das dignidades, mas por causa dos usos que pode então prestar em abundância e num grau maior. Essa é a dominação nos céus. “Quem, porém, domina pelo amor de si não quer bem algum a ninguém, mas a si somente. Os usos que presta são por causa da honra e da glória para si, que são para ele os únicos usos. Para ele, servir aos outros é com o fim de ser servido, honrado e com o fim de dominar. Ambiciona as dignidades não por causa dos bens que devem ser prestados à pátria e à igreja, mas para estar em eminência e glória e, assim, no prazer de seu coração.” (CI 564). Mesmo pelo sentido literal, podemos concluir que o problema não foi a construção em si de uma cidade e uma torre, mas a ambição daqueles indivíduos, de fazer uma torre que chegasse até o céu e o nome deles prevalecesse, o que denota um grau extremo de soberba ou orgulho. Lemos na continuação, vers. 5: “E desceu JEHOVAH para ver a cidade e a torre que os filhos do homem edificavam.” ‘Desceu JEHOVAH’ significa o juízo sobre eles; ‘para ver a cidade e a torre’ significa, a respeito disto, que eles tinham pervertido a doutrina e profanado o culto; ‘que os filhos do homem edificavam’ significa que eles tinham forjado para si.” O Senhor é Onipresente, e não desce nem sobe de um lugar a outro, porque está em todos os lugares, inclusive fora dos lugares. Mas é dito que Ele desce para ver, no sentido literal, quando acontece o juízo, e o juízo de uma igreja ocorre quando o mal e a falsidade chegam ao seu ápice (AC 1311). “Todo mal tem limites até onde se lhe permite estender; quando ele se estende além dos limites, ele cai na ‘pena do mal’, isso no particular e no geral. A pena do mal é a que então se chama juízo; e porque parece, a princípio, assim como se o Senhor não visse ou notasse que existe o mal, pois quando o homem pratica o mal sem ser punido por isso, ele crê que o Senhor não se ocupa de tal; entretanto, quando sofre a sua pena, então afirma que o Senhor vê e até que o Senhor pune; por essa razão, segundo essas aparências, se disse que “JEHOVAH tinha descido para ver”. E, no vers. 7: “Eia, desçamos e confundamos aí o lábio deles para que não ouçam, o varão o lábio do seu companheiro.” ‘Eia, desçamos’ significa que o juízo foi feito assim; ‘e confundamos aí o lábio deles’ significa que seja nulo o vero da doutrina; ‘para que não ouçam, o varão o lábio do seu companheiro’ significa que todos estão em desacordo”. A confusão do lábio deles significa que a verdade da doutrina se tornou nada, ou meramente falsidade, porque o culto do ego substituiu o culto a Deus, e a luz se tornou treva. A confusão de línguas resultante daí representa a falta do amor mútuo, que causa a separação, o desentendimento e a desunião entre as pessoas. “E dispersou-os JEHOVAH daí sobre as faces de toda a terra, e cessaram de edificar a cidade.” “Por isso chamou o nome dela Babel, porque aí confundiu JEHOVAH o lábio de toda a terra; e daí os dispersou JEHOVAH sobre as faces de toda a terra.” Foram dispersos porque sua linguagem não era mais entendida. Cada um tinha uma ideia própria, um interesse particular, porque se havia perdido o amor mútuo, a empatia, a compaixão entre as pessoas. Mas, hoje também, cada um de nós corre o risco de desprezar a verdade pura em favor de princípios duvidosos; de ser levado pela natureza humana pecaminosa e edificar seu próprio sistema de vida, no qual se erguerá a torre da altivez, do amor de si, de orgulho da própria inteligência. E é por isso que devemos nos voltar para os ensinamentos Divinos, porque assim podemos conhecer a verdade e, por conseguinte, conhecer melhor a nós mesmos; podemos nos examinar e reconhecer nossas fraquezas e enganos, e então podemos suplicar ao Senhor o esclarecimento e o auxílio que nos conduzem a uma vida mais verdadeiramente humana. “Porque fomos criados para ser felizes, desde que pratiquemos o bem e vivamos de acordo com os ensinamentos da verdade”. (JLF)
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