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O Livro de Gênesis Os Dias da Criação Primeira videoconferência de uma série sobre o sentido espiritual do livro de Gênesis
A maioria de nós, na infância, ouviu no catecismo, na escola dominical ou da leitura em casa, as histórias do primeiro capítulo de Gênesis, de como Deus criou todo o universo em seis dias. Na simplicidade de criança, imaginamos os dias como períodos de tempo que marcamos hoje, de 24 horas, e dias da semana, segunda, terça etc. Algumas pessoas, até teólogos eruditos no passado, tomaram como base o que é dito sobre a duração da vida dos primeiros homens, desde Adão, que foi criado no fim da primeira semana, viveu 930 anos, depois seus descendentes, e assim calcularam a idade do universo, que seria de 6000 anos, mais ou menos. Essa ideia simples sobre a criação é aceita assim mesmo por muitos, mesmo durante toda a sua vida adulta, porque não veem dificuldade alguma em compreender literalmente os relatos do livro de Gênesis. Mas outras pessoas, geralmente quando chegam à adolescência, começam a pensar pelas ciências que vai aprendendo, e então começam a ver um conflito entre os ensinamentos da Bíblia e os fatos científicos. E para muitos jovens e adultos, as informações científicas, tais como os achados da arqueologia e da paleontologia, especialmente as datações com o carbono 14, acabam jogam uma pá de cal nas cognições religiosas da infância a respeito da criação e, inevitavelmente, a respeito de tudo o mais nas Escrituras Sagradas. Durante séculos, a mentalidade do homem comum deste planeta não teve capacidade de elevar seu entendimento para compreender as verdades espirituais. Foi como o Senhor disse aos discípulos em João 16:12 “Ainda tenho muitas coisas que vos dizer, mas agora ainda as não podeis suportar”. Quando veio a Idade Contemporânea, em que começou a haver um maior desenvolvimento do intelecto, o naturalismo também começou a prevalecer por causa da força das evidências científicas, em oposição à crença judaico cristã, porque esta, ao insistir na sua interpretação literalista do texto sagrado, não tinha argumentos considerados racionais para sustentar a fé. E até hoje o cristão se depara com esse dilema: fica com a sua fé simples e fecha olhos e tapa os ouvidos para a ciência, ou crê na ciência e desacredita dos ensinos da Bíblia. Não que a pessoa rejeite, necessariamente, à fé. Ela até continua crendo na criação Divina tal como está no Gênesis, mas só que ela deposita essa fé numa região especial de seu entendimento, como algo sagrado e que está acima da compreensão, enquanto adota a informação científica no pensamento cotidiano, ignorando o antagonismo entre fé e ciência. Se a pessoa não tem problema com esse conflito, menos mal. O problema é que há pessoas que, por causa dessa divergência, concluem que a religião não oferece argumentos satisfatórios e “racionais” às suas questões, e então consideram que a fé no que a Bíblia diz é uma ingenuidade e o mesmo que acreditar em fábulas e mitologia. Em resumo, a crença nos relatos bíblicos é para uma mente inculta ou fanática. E, fazendo opção pelo que lhes parece ser a racionalidade, elas abandonam a fé. Mas as coisas não precisam ser assim. As obras de Swedenborg têm um lema: “Agora é permitido entrar com o entendimento nos mistérios da fé”. Porque, quando a humanidade chegou à idade da razão, Deus abriu uma visão nova de Sua Palavra, mostrando-nos que, de fato, não existe conflito entre as cognições da fé e o conhecimento científico. O fato é existe um sentido interno ou espiritual nas Escrituras Sagradas, e por isso, em muitas de suas passagens, especialmente os onze primeiros capítulos de Gênesis, o que temos são parábolas, símbolos, aparências de verdade. O sentido literal é uma linguagem codificada, que usa tipos tomados da natureza para nos desvendar as dimensões espirituais. Portanto, a mensagem da Bíblia não tem o propósito de nos ensinar as ciências naturais, a criação do universo físico, mas, sim, o de nos ensinar como é formado em cada ser humano o seu universo espiritual, o micro cosmo em nós, o reino da alma, a natureza do Ser Divino, Seu Divino Amor e Sabedoria, porque, sem a revelação, esses campos de conhecimento são inacessíveis à pesquisa humana. Assim, as histórias da criação, no começo de Gênesis, falam, na verdade, da regeneração do homem pelo Senhor, as etapas do processo do novo nascimento ou, por assim dizer, da gestação espiritual de um cidadão dos céus. Mostram como sua mente é organizada pelas verdades, como as afeições são implantadas, e assim por diante. Para entendermos os relatos do Gênesis, especialmente os da criação, tomemos como premissa o ensinamento de que a natureza é um teatro simbólico das dimensões espirituais. “A natureza universal é um teatro representativo do reino do Senhor” (AC 3618). A coisa que representa é o objeto, a pessoa, o evento no mundo natural, como está na letra da Palavra Divina. E a coisa representada é o que se encontra no espírito, nos céus e no Divino. A relação entre uma dimensão e a outra é o que se chama de “correspondência”. Essa relação é tão bem articulada que o estudo dela é o que se chama ciência das correspondências, que é a ciência angélica. Em resumo, essa ciência revela que cada ser, objeto ou acontecimento no mundo natural é um efeito, e tem sua correspondente no mundo espiritual. Essa correspondência está presente em toda a Escritura, de Gênesis a Apocalipse, de forma constante, coerente e harmônica. A revelação do sentido espiritual nos Escritos de Swedenborg é a chave para abrirmos a letra e desvendarmos essa linguagem espiritual, linguagem pela qual a natureza se expressa. Aberta essa porta, tomamos conhecimento de que o mundo físico e o espiritual existem numa perfeita interação, sob o governo de um único Deus e Senhor, Jesus Cristo. Aberta essa porta, o campo de pesquisa para nosso entendimento humano se amplia e se alarga ao infinito. Conhecemos a nós mesmos e começamos a conhecer o nosso Criador, e o propósito para o qual nos criou. Vamos ter uma amostra dessa revelação nesta série de estudo, na qual tomaremos, a princípio, apenas um único capítulo, o primeiro do Gênesis, como é explicado nos “Arcanos Celestes”. Essa obra, “Arcanos Celestes”, foi a primeira publicada por Swedenborg, em 1749, e é a que primeiro mostra a natureza como imagem do reino do Senhor nos céus, na terra e no homem, ensinando que os seis dias da criação do universo são, na verdade, os seis estados da nova criação do homem. Assim lemos (6): “Os seis dias ou tempos... são... estados sucessivos da regeneração do homem”.
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