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Oração
Mas, e quando Deus "não responde"? Se acontecer de não recebermos resposta às nossas súplicas, sem dúvida existe algo em nossa vontade que está-se interpondo e que impede o influxo do Senhor para nós. A utilidade do auto-exame é justamente a de nos fazer conscientes daquelas coisas em nós que nos impedem de nos aproximarmos mais do Senhor e nos prejudica no desempenho do uso a que fomos chamados. Alguém pode dizer que, se nossas preces não são atendidas, é porque não temos fé suficiente, já que foi dito pelo Senhor: "Tudo o que pedirdes, crendo, recebereis". Mas esta explicação nem sempre é válida, pois muitas vezes a pessoa pede com grande confiança, do fundo do coração, e ainda assim fica aparentemente sem resposta Divina. Ou seja, parece que havia fé, mas, mesmo assim, a resposta não veio. Há pessoas que daí perdem um pouco da confiança, deixam de orar como antes e chegam mesmo a duvidar do Amor e da Providência Divinos. Sua decepção as deixa numa descrença muda ou numa falsa impressão de que são pessoas menos dignas do que as outras da Misericórdia de Deus. É, talvez, por isso que algumas criaram o hábito de pedir aos outros que orem por elas, pois acham que suas próprias preces não são capazes de alcançar os ouvidos de Deus. Por que isso acontece? Sabemos que nosso Pai Celestial é o Amor mesmo e a Misericórdia mesma. Em Sua infinita compaixão Ele ama a todos sem distinção. E a essência de Seu Amor faz com que Ele não possa desviar a Sua Divina face de pessoa alguma, e ainda menos deixar de atender ao pedido feito na aflição. Ele nos disse: Mateus 7:11 "Se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas dádivas aos que lhos pedirem?". O Amor Divino está num esforço contínuo de alcançar e atrair para si a mais distante de todas as criaturas humanas, para prover a salvação, a paz e todas as bem-aventuranças, na medida e na proporção que a pessoa quiser e puder receber. Enquanto o ser humano estiver disposto a receber, o bem Divino fluirá para ele livremente. Um Deus assim jamais deixaria de ouvir ao necessitado e aflito, como disse: João 6:37 Todo o que o Pai me dá virá a Mim; e o que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Ele quer fazer tudo o que é bom, no maior grau possível, em favor de cada criatura humana. Sendo assim, se a oração do homem não é atendida, a causa não pode estar, absolutamente, em Deus. E, nesse caso, deve necessariamente estar no homem. O Senhor está sempre à porta do coração humano, esperando ser atendido e recebido. Como nos ensina a Palavra, Seus ouvidos não estão fechados para que não possam ouvir nem Seu braço está encolhido para que não possa salvar. Quanto ao homem, porém, esse é que pode se desviar do Senhor e assim deixar de encontrá-Lo onde Ele está; pode voltar as costas ao Senhor e assim deixar de contemplar Sua face e compreender Sua vontade; pode fechar-se em si mesmo e assim deixar de receber todo o influxo benéfico da vida que o Senhor tem para lhe dar. O homem se volta para si mesmo e se devia do Senhor quando põe seus próprios interesses em primeiro lugar e deixa em segundo plano o que se refere ao amor ao próximo, à caridade, ao Reino de Deus e a Deus mesmo. Dessa maneira, o homem volta-se para os seus próprios amores e os prazeres da cobiça daí procedentes, os quais são em si mesmos infernais. Nessa condição, seu espírito está repleto do que se refere a si mesmo; é como um vaso que transborda de egoísmo e de interesses próprios e, assim, torna-se incapaz de receber alguma coisa boa e pura que flui da Vida Divina. Na prática da vida da caridade - cuja primeira coisa é afastar o mal como pecado contra Deus - removeremos, com o poder do Senhor, tudo o que em nós estiver impedindo a recepção da luz e do calor espirituais. O homem que combate os males ora incessantemente a Deus em seu coração, ainda que não em palavras. E Deus sempre o atende, pois ele está voltado para Deus e apto a receber Seu auxílio.
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Atualização: Dezembro, 2022 - doutrinascelestes@gmail.com - |