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Estudo Bíblico "A Escritura Santa" - Parte
1.8
- A preservação dos textos sagrados |
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Capítulo 8 - A Preservação dos Textos Sagrados "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido" - Mateus 5:18 8.1- A preservação da Palavra - Uma vez que aceitamos que a Palavra tem autoria Divina, isto é, que ela foi escrita por inspiração Divina, devemos aceitar também que ela é verdadeira e perfeita nas mínimas coisas, pois tudo o que é proferido por Deus é a Divina Verdade e não pode ser outra coisa. E sendo a Divina Verdade, a Palavra deve ser conservada de um modo especialíssimo, para não sofrer alteração dessa Verdade, caso contrário ela perderia a característica de Obra Divina.Ao estudar a maneira pela qual os textos sagrados da Palavra têm sido preservados através dos séculos, fica-nos uma clara indicação de que sempre tem existido uma ação Superior provendo para que as formas originais do ditado Divino fiquem sempre intactos, de uma maneira ou de outra, e livres da influência de tantas culturas e filosofias do homem. De fato, a determinação Divina de que Sua Lei não será aniqüilada nem quanto a um jota tem sido fielmente cumprida. Ditas assim, essas afirmações podem parecer dogmas de uma crença cega. No entanto, o exame - mesmo abreviado - da história da preservação dos textos da Palavra nos mostrará as razões em que essas afirmações estão assentadas. 8.2 - Como podemos saber se a Palavra que temos hoje nas mãos foi preservada integralmente após tantos séculos? - A Providência Divina se valeu de vários recursos para conservar a forma primitiva da Revelação do Novo e Velho Testamento. A escolha do povo judeu como depositário dos livros do Velho Testamento foi um desses meios providenciais. Porque o povo judeu era muitíssimo apegado às suas tradições e tinha um zelo singular para com os seus escritos religiosos. Ainda que passassem gerações de relativo esquecimento da importância das Escrituras, eles sempre retornavam com um ardente zelo às tradições e restauravam os costumes e valores, reavivando as práticas dos pais e de todos os antepassados, incluindo as práticas de guarda e preservação fiel dos textos sagrados.Para servir de exemplo de como era o zelo que tinham com aqueles escritos, basta mencionar o cuidado que recomendavam aos escribas para fazerem as cópias dos textos. Pois as cópias fiéis eram uma exigência fundamental, e foram um meio muito eficaz de preservação da original integridade dos ditados Divinos. No Talmude, o livro das tradições e doutrinas judaicas, estão registradas as estritas normas que deviam ser observadas pelos escribas quando fossem reproduzir os textos da Lei, dos Profetas e dos Escritos: "O rolo da sinagoga deve ser escrito em peles de animais limpos, preparados por um judeu para o uso particular da sinagoga. Essas (pelas) devem ser costuradas com cordões tirados de animais limpos. Toda pele deve conter um certo número de colunas, inteiramente igual ao códice. O comprimento de cada coluna não deve ser menor que 48 nem maior que 60 linhas. E a largura deve ser de 30 letras. A cópia deve ser, antes de tudo, alinhada, e se três palavras forem escritas fora da linha, deve ser inutilizada. A tinta será preta. Nem vermelha, nem verde, nem qualquer outra cor, e preparada conforme uma receita específica. Uma cópia autêntica será o exemplar do qual o copista não deve se desviar na mínima coisa. Nem uma palavra, ou letra, nem mesmo um yod poderá ser escrito de cor, sem que o escriba os tenha olhado no códice diante de si. (...) Entre todas as consoantes deve vir um espaço de um fio de cabelo; entre as palavras, o espaço de uma consoante; antes de cada nova secção, o espaço de nove consoantes; antes de cada livro, três linhas. O quinto livro de Moisés deve terminar exatamente com uma linha, porém os demais não precisam terminar assim. Além disso, o copista deve se vestir de completa vestimenta judaica, lavar todo o seu corpo, não começar a escrever o nome de Deus com uma pena recentemente mergulhada na tinta, e, mesmo se um rei se dirigir a ele enquanto estiver escrevendo, não deverá dar-lhe atenção (...). Os rolos em que estas regras não forem observadas ficam condenados a serem enterrados ou queimados, ou serão enviados para escolas, para serem usados como livros de leitura" (Davidson, Introduction to The Old Testament, 1856, p.89). Um outro exemplo do zelo notável que contribuiu para a preservação da Palavra em sua integridade é o trabalho que foi feito pelos massoretas. "Massoreta" vem de "massorah", tradição. Eles foram um grupo de judeus eruditos, rabinos e gramáticos, que fizeram um minucioso trabalho sobre os textos sagrados do Antigo Testamento, com o objetivo de determinar a sua exata leitura e compreensão genuína. O trabalho desse grupo de estudiosos durou várias gerações, tendo começado por volta do século IV da Era Cristã. Consistia em acentuar as palavras com as vogais, pois, até então, elas eram subentendidas. Marcar as divisões das secções, capítulos e versículos, e até mesmo contar todas as letras, além de fixar os acentos tônicos para recitação e canto. Eles criaram um total de 52 marcas e acentos para preservar o texto invulnerável a futuras modificações. Além de numerar todos os capítulos, versículos, palavras e letras, marcavam sempre o meio exato de cada segmento. No Pentateuco (os 5 livros de Moisés), por exemplo, marcaram 18 partes maiores, 43 partes menores, 1.534 versículos e 63.467 palavras, além da contagem das letras. Isto se constituía numa obra tão meticulosa que tornou impossível introduzir qualquer coisa que o exame logo não detectasse. Entretanto, para que não restasse nenhuma dúvida quanto à exatidão dos textos, os massoretas ainda fizeram, por fim, uma lista das passagens onde o texto poderia ter sido copiado errado, anotando à margem, nessa hipótese, a leitura que achavam ser mais indicada. Esses aparentes defeitos de cópia se deviam às letras semelhantes ou outras possibilidades, classificadas por eles em vários grupos. O texto final do trabalho massorético foi impresso em 1525, em Veneza, e é o que serve até hoje como base para a maioria das versões do Velho Testamento.A importância da obra dos massoretas é evidente por si, fazendo com que o texto hebraico por eles editado seja hoje aceito com a maior confiança. Além das cópias fidelíssimas dos antigos escribas e, como se não bastasse, do trabalho extremamente cuidadoso dos massoretas, existiram ainda outros meios de conservação da integridade dos textos da Palavra hebraica, que são as obras da literatura e da liturgia judaica. Os comentários, paráfrases e citações textuais que essas obras fizeram dos textos sagrados constituíram-se, também, numa fonte importante de verificação da autenticidade e da preservação dos textos. Dentre as obras dessa natureza, podem ser citadas as seguintes: -o "Midrash" ("pesquisa; explicação"), que é a mais antiga exposição judaica das Escrituras; -o "Mishnah" ("repetição"), parte do "Talmude". Dizem que o "Mishnah" contém a tradição dos anciãos desde o tempo de Moisés, com relação à interpretação e aplicação da Lei; -o "Targum" ("tradução; interpretação"), que são as várias versões ou paráfrases caldéias de vários livros; -além do próprio "Talmude" ("doutrina") como um todo. Incorpora uma variedade de interpretações das leis civis e religiosas, e uma profusão de outras coisas de menor importância. Todos esses trabalhos se prestam como fontes de referência e consulta valiosas para que se tenha um texto confiável. O cuidado dos copistas, a meticulosidade dos massoretas, as obras paralelas de citação, além das antigas traduções para o grego, o siríaco, o cóptico e o etíope e a versão hebraica dos samaritanos, todas esses elementos contribuíram para que os textos das Escrituras fossem conservados na maior fidelidade possível. Mas ainda existem outras fontes pelas quais podemos verificar isto: são os antigos manuscritos gregos e latinos, c&verificar isto: são os antigos manuscritos gregos e latinos, cópias muito antigas, que têm sido também preservados, às centenas, em todo o mundo, até os nossos dias. Por esses e aqueles meios, podemos estar seguros em dizer que a Providência Divina realmente tem atuado, em Sua sabedoria, para que a Palavra não mude nem passe "até que tudo seja cumprido". **************************
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