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Estudo Bíblico "A Escritura Santa" - Parte 1.7 - O Cânone Grego
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Parte 1 - A História da Bíblia

Capítulo 7 - O Cânon Grego

 7.1- Referências nos primeiros séculos - É geralmente admitido que todos os livros que compõem o Novo Testamento foram escritos até o final do primeiro século, por causa das citações que deles fizeram vários autores daquela época. Papias, bispo do Século II, escreveu, no ano de 150, cinco livros intitulados "Explicações das Sentenças do Senhor", citando os Evangelhos. Justino (100 -165) escreveu sobre a "Ressurreição", além de outros como Clemente de Alexandria (morto em 211) e Irineu, sendo que estes também aceitavam como inspirados vários outros livros de patriarcas e apóstolos que hoje não constam no Novo Testamento, a saber, as "Memórias dos Apóstolos" e os "Pastores de Hermas".

De um modo geral, os cristãos da região ocidental da Ásia e os da Europa não aceitaram logo as obras e cartas escritas em hebraico, que foram aceitas pelos cristãos orientais. O próprio livro do "Apocalipse", de João, causou muita controvérsia entre os primeiros cristãos: os da Síria se dividiram por causa desse livro, recusando-se a aceitá-lo como inspirado, ao passo que os cristãos ocidentais o aceitaram sem discussão.

Pouco antes de 170, Tatiano, que foi discípulo de Justino, compilou a sua "Harmonia dos Evangelhos" ou "Diatessaron", mas fez algumas omissões. O "Cânon de Muratori" (de 170), bem como o de Tertuliano, incluía os Evangelhos e as cartas apostólicas, mas omitia a de Tiago. Orígenes, em meados do século terceiro, aceitava o Novo Testamento integralmente, apenas acrescentando os livros de "Barnabé" e dos "Pastores de Hermas", além de outros apócrifos que não considerava de igual autenticidade.

Eusébio, historiador e teólogo grego (nascido em 260 ou 264 e morto em 340, bispo na Palestina, em sua importante "História Eclesiástica", escrita por volta de 325, falou de três tipos de livros do Novo Testamento: aqueles que eram geralmente aceitos, que eram o Novo Testamento exclusive Tiago, II e III João e II Pedro, que foram tidos com II e III João e II Pedro, que foram tidos como controversos. Ao Apocalipse ele deu uma categoria incerta, dizendo: "alguns o rejeitam enquanto outros o classificam entre os livros aceitos" ("História Eclesiástica, iii 25). Os livros controvertidos e heréticos incluíam vários apócrifos cristãos.

Em 363 realizou-se o Concílio de Laodicéia, quando o atual Novo Testamento foi oficialmente aceito como canônico, mas com exceção do Apocalipse. Todavia, em 397, o Concílio de Cartago, sob a influência dos teólogos Agostinho e Jerônimo, resolve oficializar todo o atual Novo Testamento como canônico, voltando a incluir o Apocalipse.

7.2 - A fixação do cânon do Novo Testamento - Embora as discussões persistissem, o cânon atual foi o que se tornou, desde aquela época, o mais aceito entre os cristãos ocidentais e orientais. Mas foi só em 1546, no Concílio de Trento, que a Igreja Católica Romana decidiu confirmar oficialmente este cânon, com um anátema contra as objeções. Já naquela época, os Reformados ou Protestantes se dividiram, no início, quanto à natureza de vários livros. De um modo geral, as Igrejas evangélicas seguiram a decisão da Católica em suas confissões e suas edições da Bíblia, mas o debate persistiu em alguns meios. 

Zwínglio (1484 - 1531), um dos reformadores suíços, mais radical do que Lutero, não aceitava o Apocalipse como bíblico. Calvino (1509 -1564) teólogo e reformador francês, Lutero (1483 - 1546), teólogo e reformador alemão, e Erasmo (1469 - 1536), humanista e teólogo reformador holandês, duvidaram da autenticidade dos livros dos "Hebreus", "Pedro" e "Tiago". Martinho Lutero adotava uma posição pragmática: traduziu todos os livros da Bíblia, incluindo os apócrifos do Antigo Testamento, mas questionava o valor dos livros de "Ester" e Tiago", além de deixar o "Apocalipse" numa classe que não era nem apostólica nem profética.

A "Confissão de Westminster", proferida por um concílio de Igrejas protestantes, especialmente as de linha calvinista, no ano de 1643, deu as diretrizes para a Igreja Anglicana durante muito tempo, também adotadas pelas Igrejas da Escócia e pela maioria das Igrejas Presbiterianas. Foi essa Confissão que atribuiu aos livros apócrifos o valor de produções humanas.

Entre as Igrejas chamadas Protestantes prevaleceu um consenso informal de excluir os apócrifos (tanto do Antigo quanto do Novo Testamento) de suas edições da Bíblia. Assim, as versões atuais do Novo Testamento, tanto as publicadas pelas Igreja Católica quanto as demais, têm os seguintes livros: Os 4 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. As 22 Cartas: 1 de Lucas (chamada "Atos dos Apóstolos"); 13 de Paulo: aos Romanos; aos Coríntios (2); aos Gálatas; aos Efésios; aos Filipenses; aos Colossenses; aos Tessalonicenses (2); a Timóteo (2); a Tito; a Filemon; 1 de autoria incerta, dirigida aos Hebreus; 1 de Tiago; 2 de Pedro; 2 de João e 1 de Judas. E, finalmente, 1 livro profético, de João, chamado "Apocalipse".

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Reflexões sobre os temas do Capítulo 7
1. Cite dois livros que eram aceitos como inspirados até o ano 300 e que não fazem parte hoje dos livros do Novo Testamento.
2. Como foi a aceitação do Apocalipse pelos primeiros cristãos?
3. O que foi decidido no Concílio de Laodicéia?
4. Que influência tiveram Jerônimo e Agostinho no Concílio de Cartago?
5. Quais eram as posições de Zwínglio, Calvino, Lutero e Erasmo quanto a alguns livros do Novo Testamento?
6. Quantos livros compõem o Novo Testamento?

 

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Atualização: Dezembro, 2020 - doutrinascelestes@gmail.com