33.1 - Isaías exerceu o ofício
profético durante um longo período, de no mínimo 40 e no máximo 60 anos,
desde os reinados de Uzias até mais ou menos a época da libertação de
Jerusalém do cerco de Senaqueribe, em 701 a.C. O nome Isaías quer dizer
"salvação de JEHOVAH'. Nascido de família rica e bem relacionada com
as autoridades do reino e do templo, dotado de excelente educação e sincero
patriotismo, Isaías foi o profeta hebreu mais prático de todos. Aproveitou
suas boas relações para realizar a obra que o Espírito de Deus lhe
determinava em prol do bem estar espiritual do povo. Era casado, e sua mulher
foi por ele apelidada de "a profetisa" (Isa.8:3). Tiveram dois
filhos dos quais nada se sabe a não ser os seus nomes simbólicos (Isa.7:3,
8:3,4). Além do livro que leva o seu nome, Isaías também escreveu uma
narração dos "atos de Uzias" ( ver II Crônicas 26:22), porém
nada se sabe a respeito desta narrativa.
33.2 - A vida de Isaías foi muito
ligada às histórias de Judah e Samaria, mas principalmente Judah. Ele
desempenhou sua missão de profeta e guia espiritual numa época de grave
crise para seu povo, em meio à idolatria e às ameaças de inimigos,
especialmente os assírios. Em seu livro, ele repreende e aconselha Israel;
admoesta aos que buscam a salvação por meio de uma aliança com o Egito;
prediz a ruína e a queda da Assíria, da Babilônia, do Egito, etc., e a
destruição e o restabelecimento de Jerusalém. Fala do nascimento do
Messias, Sua vida, lutas e triunfo em Seu reino universal e pacífico. Por
causa da clareza e dos detalhes com que figurou a imagem do futuro Salvador,
Jerônimo chamou Isaías de "Profeta Evangelista".
33.3 - O LIVRO DE ISAÍAS
O livro de Isaías tem 66 capítulos
e 1295 versículos. Os seus assuntos podem ser divididos em sete secções,
como se segue: 1ª) Discursos gerais, capítulo 1 a 6; 2ª) O livro de
Emanuel, caps.7 a 12; 3ª) O livro dos pesos, 13 a 23; 4ª) O Apocalipse de
Isaías, 24 a 27; 5ª) Outras profecias, 28 a 35; 6ª) Narrações, 36 a 39: e
7ª) Profecias da restauração de Israel, 40 a 66.
33.4 - Assuntos do Livro
de Isaías
Cap.1 - Visão de Isaías, a respeito
de Judah, nos dias dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. O Senhor rejeita
os muitos sacrifícios da nação; antes, quer que deixem de fazer o mal e
aprendam a fazer o bem, para que os pecados lhes sejam perdoados.
Cap.2 - O Senhor fala que nos
últimos dias o seu culto será nos cumes dos montes. Mas há pecados entre o
povo. A soberba será abatida. Os homens se esconderão do juízo.
Cap.3 - Jerusalém e Judah não
teriam homens para governar e nem quem pudesse fazê-lo, por causa de seus
tropeços. Os adornos femininos seriam tirados.
Cap.4 - A respeito do Renovo do
Senhor: a purificação que viria; haveria um tabernáculo para proteção.
Cap.5 - O Senhor faz uma parábola
sobre uma vinha que fora bem cuidada, mas que produziu uvas bravas; por isso
seria destruída. Compara a vinha a Israel e Judah. Fala da humilhação dos
que festejam na opulência e de diversos ais.
Cap.6 - No ano da morte do rei Uzias,
Isaías tem a visão do Senhor no trono, rodeado de serafins que cantam:
Santo, Santo, Santo!. A humildade de Isaías e sua purificação. Ele é
enviado ao povo que não entenderia sua pregação, até que as cidades fossem
assoladas.
Cap.7 - Nos dias do rei Acaz, Rezim e
Peca sobem contra Jerusalém. O Senhor fala do fim de uma das tribos e dá um
sinal ao rei Acaz: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, Emanuel.
Fala do crescimento do Filho por meio de outras profecias.
Cap.8 - Profecia da ruína de Israel
e da Síria; dá um sinal para a contagem do tempo do cumprimento da profecia
dessa ruína.
Cap.9 - Profecia acerca do advento do
Senhor, do Menino que nasceria (vers.6). Profecia contra Efraim e os moradores
de Samaria, soberbos e altivos. É predito que Manassés e Efraim estariam
contra Judah.
Cap.10- Sobre os que fazem leis
injustas para prejuízo dos outros. Palavra contra a Assíria, contra sua
arrogância, por dizer que com sua mão se fizera, como um instrumento que se
levanta contra aquele que o manuseia. Fala a respeito dos restantes de Jacob
que se converteriam a Deus.
Cap.11 - Acerca do reino de paz que
haveria do Rebento de Jessé e do renovo de suas raízes, em cujo reino os
animais ferozes estariam juntos aos animais mansos e às crianças. Efraim
não mais teria inveja de Judah.
Cap.12 - Nesse tempo haveria ações
de graças ao Senhor porque Ele dá o consolo mesmo depois da ira; Deus é a
Salvação e fez coisas grandiosas na terra.
Cap.13 - Profecia contra a Babilônia:
os acontecimentos espantosos do seu fim; os inimigos viriam contra ela.
Babilônia seria como Sodoma e Gomorra e seus lugares ficariam desolados,
habitados por feras.
Cap.14 - Mas o Senhor se compadeceria
de Jacob e levaria cativo os que o cativaram. A opressão da Babilônia teria
fim e haveria sossego na terra. Palavra à Assíria, para que tirasse seu jugo
de sobre a terra. E contra os filisteus, que seu fruto seria uma serpente
ardente, mas sua raiz morreria de fome e os seus remanescentes seriam
destruídos.
Cap.15 - Predita a ruína de Moabe;
haveria grande lamento em suas praças e desolação. Os leões viriam contra
os que escapassem.
Cap.16 - Continua a descrever a
desolação de Moabe; fala de sua soberba e altivez. Não haveria mais alegria
em seus campos. Deu-se um prazo de três anos para o seu envilecimento.
Cap.17 - Julgamento de Damasco; suas
cidades fortes e seus bosques seriam assolados, porquanto esqueceram-se do
Senhor.
Cap.18 - Profecia acerca da terra que
está além dos rios da Etiópia, dos que mandam embaixadores ao mundo. Nem os
frutos de sua sega restariam.
Cap.19- Profecia contra o Egito, seu
povo e seus ídolos; seus rios secariam; não haveria mais sabedoria. Mais
tarde, um altar seria edificado no meio da terra, e haveria um caminho do
Egito para a Assíria e Israel seria o terceiro com eles.
Cap.20 - No ano da vinda de Tartã a
Asdode, Isaías foi mandado andar nu e descalço durante 3 anos, a fim de
representar a vergonha do povo do Egito e dos exilados da Etiópia, cativos do
rei da Assíria.
Cap.21 - Profecia contra a Babilônia
e suas imagens de escultura. Profecias contra Dumá e contra a Arábia; fala
de seus moradores que fugiriam da espada.
Cap.22 - Profecia contra a cidade
turbulenta, que choraria amargamente. Carros e cavaleiros viriam contra a
cidade. O povo se cingiria de sacos e prantearia. O fim do tesoureiro Sebna;
Eliaquim ficaria em seu lugar.
Cap.23 - Profecia contra Tiro, contra
sua soberba e todo o seu ornamento. Seria abatida e posta por esquecimento;
uma prostitua cantaria para representar sua ruína. Seu comércio e sua
ganância de prostituta seriam úteis ao Senhor.
Cap.24 - A terra se esvaziaria e
seria saqueada. Seus moradores se contaminariam e por isso a maldição a
consumiria. Cessou a alegria e a cidade ficou abatida. Temor e laço haveria
sobre eles. A terra seria abalada como ébrio, e o Senhor finalmente reinaria
no monte de Sião.
Cap.25 - O Senhor é louvado porque
abateu e tornou a cidade em pedras. Ele foi a fortaleza e o refúgio do pobre
e do necessitado. Haveria festa. A morte seria aniquilada para sempre e
haveria o reconhecimento de Deus Salvador.
Cap.26 - Sobre a paz que haveria na
cidade para aqueles que fossem fiéis. Buscariam a justiça. O ímpio seria
abatido por causa de seu mal. Haveria sofrimento como o da parturiente por
causa da face do Senhor. O povo seria poupado.
Cap.27 - Fala a respeito de um
combate do Senhor contra o dragão. O Senhor guardaria a vinha. Jacob
floresceria e brotaria Israel. A cidade ficaria solitária. Ao chamado, os que
andaram na Assíria e no Egito voltariam a adorar ao Senhor em Jerusalém.
Cap.28 - Palavra contra Efraim; a
coroa de soberba de seus ébrios, que erram por causa do vinho e da bebida
forte. A Palavra do Senhor seria mandamento e preceito; não quiseram ouvir o
refrigério.
Cap.29 - Profecia contra Ariel: seria
sitiado e abatido até o pó. Não teria entendimento das visões, porque se
aproximaria do Senhor com a boca, mas O desonraria com o coração. Contudo,
haveria prodígios e o povo alcançaria entendimento.
Cap.30 - Profecia contra os que
confiam no Egito. O Egito não lhes seria de nenhum préstimo. Eram rebeldes
que só queriam profecias que concordassem com suas maldades. O Senhor lhes
propõe a salvação e o repouso, mas eles preferiram fugir em seus cavalos.
Haveria chuva e depois brilharia o sol com brilho sete vez maior. O Senhor
apresentaria a Sua glória.
Cap.31 - Palavra contra os que descem
ao Egito e confiam nos seus carros, pois são homens e não Deus; e seus
cavalos carne e não espírito; seriam consumidos. O Senhor combateria como
leão e ampararia Jerusalém. Apelo à conversão. A Assíria seria consumida.
Cap.32 - Um Rei reinaria em justiça.
Seria um refúgio e por Ele haveria sabedoria. Fala às mulheres, tão seguras
de que não seriam confundidas, para se despirem e se cingirem de sacos. O
deserto se tornaria campo fértil pelo Espírito. Haveria paz e repouso.
Cap.33 - Ai daquele que retribui
injustamente. Súplica ao Senhor por misericórdia. Exaltação ao Senhor. A
terra está desolada. Mas o Senhor se levantará; haverá fogo consumidor; os
retos habitarão nEle; segurança e paz em Jerusalém.
Cap.34 - Da tremenda indignação do
Senhor a respeito das nações. O Seu juízo. A Sua espada estaria cheia de
sangue e de gordura. Haveria fogo eterno na terra e desolação. Feras
possuiriam a terra e espinhos os palácios.
Cap.35 - No deserto haveria alegria e
florescimento. Deus viria com vingança e recompensa. Haveria milagres, curas,
água na sequidão e ervas. Um caminho santo onde os remidos passariam e
júbilo para os resgatados do Senhor.
Cap.36 - (Aqui se repete a fala de
Rabsaqué, do cap.18 de II Reis 13 em diante, com pequenas variações, quando
do cerco de Jerusalém por Senaqueribe).
Cap.37 - (Repete II Reis 19, com
pequenas variações, sobre a resposta e o livramento do Senhor).
Cap.38 - (Repete II Reis 20, com a
variação de que o sinal da sombra voltando é excluído e é incluída a
oração de Ezequias).
Cap.39 - (Repete II Reis 20, vers.12
ao fim do livro com pequenas variações, sobre a embaixada babilônica).
Cap.40 - O Senhor dá consolo ao povo
pelo livramento que é prometido. Promessa de envio de um precursor: "Voz
do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor...". Fala sobre a
beleza da terra por causa do Advento. Exaltação ao Senhor.
Cap.41 - Sobre a onipotência do
Senhor e a fraqueza do que contende com Ele. A humilhação daquele quer
fazer-se Deus. O anunciador de boas novas prometido a Jerusalém. Fala da
futilidade das obras do homem.
Cap.42 - Sobre o Servo e Eleito do
Senhor, sua chamada e missão. O louvor e a glória que é para ser dada a
Ele.
Cap.43 - O Senhor anima a Jacob e
Israel, pois é seu Redentor e Senhor, o único Salvador. Jacob contudo não
invocou o Senhor e nem o comprou por dinheiro ou O agradou com seus
sacrifícios.
Cap.44 - Promessa do Senhor de
derramar o Espírito e fazer brotar a erva. Ele é o Primeiro e o Último. Do
homem que faz do nada um ídolo e o adora como o seu deus. A promessa do
livramento e do reino de Ciro.
Cap.45 - O Senhor falando a Ciro, seu
ungido, que receberia os tesouros das escuridades. O Senhor o escolheu. Sobre
a rebeldia da obra criada contra o Criador. Da justiça e salvação que vêm
do Senhor.
Cap.46 - Contra a Babilônia (Bel e
Nebo). Fizeram ídolo de ouro. O Senhor apela à casa de Jacob para que se
lembre dos avisos que fizera; a Sua justiça não tarda.
Cap.47 - Profecia contra a filha de
Babilônia, que seria humilhada e envergonhada, pois que se exaltou; mas
ficaria viúva e desfilhada, porquanto confiou na maldade.
Cap.48 - Palavra contra a idolatria.
O Senhor fez a terra. Chama para que se ajuntem e ouçam-No, pois Ele falará.
Ele é o Senhor que ensina e guia.
Cap.49 - Fala do servo do Senhor,
cuja boca é como espada. Formado desde o ventre. Mandado a Israel, mas Israel
não se deixou ajuntar. Iria também aos gentios. O Senhor não se esquecerá
dele; os seus inimigos serão vencidos.
Cap.50 - Ainda sobre o servo do
Senhor, que foi fiel e obediente. Foi ferido, mas o Senhor o socorreu e assim
não foi confundido. Apelo para que confiem no Senhor e se firmem nEle.
Cap.51 - O Senhor apela aos que
seguem a justiça para que olhem para a Rocha, porque do Senhor sairá
justiça e salvação. Que Sua justiça será eterna. Que Jerusalém não
sentiria mais o mal sua abominação.
Cap.52 - O Senhor manda Jerusalém se
despertar e cingir. Anuncia a remissão de Jerusalém; Seu braço lhe trouxe a
salvação. Fala do que o Seu Servo operará e que à sua vista muitos
ficarão pasmados.
Cap.53 - Sobre a manifestação do
braço do Senhor que, sem parecer nem formosura, era desprezado. Mas tomou as
nossas enfermidades. Comparado a um cordeiro que sofre sem se lamentar.
Cap.54 - Alegria e prazer estariam
com a estéril, cuja tenda seria aumentada; não seria mais envergonhada, pois
o Criador é o seu marido, e todos os seus filhos discípulos do Senhor.
Cap.55 - O Senhor convida a todos os
sedentos a virem às águas; a ouví-Lo para que tenham vida; a buscá-Lo
enquanto se pode achar. Chama o ímpio à conversão. Os pensamentos do Senhor
estão infinitamente acima dos pensamentos do homem.
Cap.56 - Palavra para que se mantenha
o juízo; bem-aventurança para os que guardam o sábado. As promessas,
estendidas aos estrangeiros, aos que cumprem este preceito.
Cap.57 - Palavra contra os filhos da
agoureira, semente adulterina, idólatras. Pela iniqüidade de sua avareza o
Senhor os feriu; são comparados ao mar bravo; não têm paz.
Cap.58 - Palavra para anunciar a
transgressão do povo; o povo jejua, mas o Senhor não atenta para tal jejum.
O Senhor diz qual é o verdadeiro jejum que Lhe apraz. Se o fizerem, então
terão deleite no Senhor.
Cap.59 - O Senhor fala que, embora
esteja pronto a salvar, a iniqüidade do povo faz separação entre este e o
Senhor. Fala do mal que praticam. Mas virá um Salvador. As obras deles seriam
recompensadas.
Cap.60 - Fala a Jerusalém para se
levantar, porque a luz para ela é vinda e a glória do Senhor vai nascendo
sobre ela. Será posta numa excelência perpétua, um gozo de geração em
geração.
Cap.61 - O Espírito do Senhor está
sobre o seu Enviado para apregoar as boas novas aos mansos, restaurar os
lugares assolados. Ele recompensará em verdade e fará um concerto eterno com
eles. Fará brotar a justiça para todas as nações.
Cap.62 - As nações verão a
justiça do Senhor em Jerusalém, que será coroada; não será mais
desamparada. Está próxima a salvação da filha de Sião.
Cap.63 - Profecia falando do Senhor
com as vestes tintas, vindo de Edom. Ele combateu só. No lagar pisou sozinho
e destruiu os inimigos. Ações de graçaás aos Senhor pelas coisas que Ele
concedeu.
Cap.64 - Deus é Quem retribui ao
justo. Humilhação pelo estado do homem diante dEle. As cidades assoladas em
deserto.
Cap.65 - Relação do Senhor com um
povo estranho que, diferentemente do Seu povo, buscou o Seu nome. Os males que
fez o povo andando contra as leis e a retribuição segundo as suas obras. Os
servos do Senhor seriam fartos, mas o povo teria fome.
Cap.66 - O Senhor, da Sua
onipotência, olha para o pobre. O culto do povo fez-se abominável. O Senhor
será glorificado e fará juízo. A paz que haverá em Jerusalém. O mal seria
consumido diante dEle. Da condenação eterna dos maus.
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