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Estudo Bíblico "A Escritura Santa" - Parte 5.3 - A Abertura dos Selos
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Parte 5 - O Sentido Espiritual da Palavra

Capítulo 78- A Abertura dos Selos, Revelação do Sentido Espiritual 

78. "Um servo do Senhor..."

78.1- Há mais de duzentos e quarenta anos, um sábio sueco chamado Emanuel Swedenborg, escreveu que fora testemunha do cumprimento da profecia Divina de que falaria abertamente acerca do Pai. Disse ele que, humilde servidor do Senhor, fora chamado para servir de intermediário a essa revelação.

Afirmação estranha e maravilhosa! Ninguém que raciocinei pode aceitá-la sem uma investigação cuidadosa que lhe mostre toda a verdade. Mas também ninguém pode rechaçar essa declaração sem investigá-la e sem analisá-la minuciosamente, porque aquele que a fez era pessoa respeitada, no mais alto grau, por todos aqueles que o conheceram: era bem considerado por todos os sábios de sua época e admirado por todos os que estudaram a sua obra.

78.2- Formado em engenharia de minas, Swedenborg era membro da Câmara dos Nobres na Suécia. O rei daquele país lhe manifestou grande respeito não somente em relação ao seu caráter, mas também quanto à sua erudição. Ele era e ainda é universalmente admirado pelas suas obras filosóficas e científicas, tendo se notabilizado principalmente pelas obras mestras que escreveu sobre cosmologia e anatomia.

78.3- Era já ancião venerável, com mais de sessenta anos, quando, pela primeira vez, declarou ao mundo que havia sido chamado para essa singular missão religiosa. Sob o ponto de vista do interesse material, com tal afirmação ele tinha muito que perder e nada que ganhar. Embora não houvesse, na Suécia, quem fosse mais e admirado pela sua ciência, nem quem tivesse mais integridade de caráter, Swedenborg compreendeu que a maior parte do mundo cético teria sua afirmação por absurda e não se dignaria a levá-la a sério, pondo-a de lado sem qualquer exame. Contudo, ele escreveu sua obra teológica sem esperar recompensa por ela e despendeu grandes importâncias de seu próprio bolso sem esperança de reavê-las. Só teve despesas, e os lucros que, porventura, resultaram dessa obra foram distribuídos como contribuição para estender o conhecimento da Bíblia, de acordo com sua determinação. Não procurou discípulos, nem fez tentativa de organizar qualquer Igreja, tendo vaticinado, entretanto, que, com base nos seus escritos, uma Igreja se haveria de estabelecer.

78.4- Concordamos que tais considerações não são suficientes para convencer alguém de que é verdade o que Swedenborg escreveu. Mas achamos que devem constituir razão bastante para que façamos investigações e estudos sérios sobre as obras referidas. Feitas tais investigações e estudos, estamos certos de que pode ser provado que aquilo que ele afirmou sobre sua missão é um fato que, de boa fé, ninguém poderá contestar. Deste fato resulta o seguinte: Deus, por intermédio dos escritos de Emanuel Swedenborg, revelou à humanidade as verdades finais da religião por tanto tempo procuradas.

78.5- Antes do exame de suas obras, citaremos as palavras do próprio Swedenborg a respeito de sua singular missão. Essas palavras soam com a clareza de um sino sem fendas e sem impurezas na sua constituição.

78.6- O testemunho de Swedenborg

78.6.1- Na obra intitulada a "VERDADEIRA RELIGIÃO CRISTÃ", Swedenborg escreveu o seguinte:

"A Segunda Vinda do Senhor se efetua por intermédio de um homem diante do qual o Senhor Se manifestou em pessoa e a quem encheu com Seu Espírito para ensinar por Ele as doutrinas da nova igreja contidas na Palavra".

"Pois que o Senhor, como acaba de ser mostrado, não pode se manifestar em Pessoa, e que entretanto Ele predisse que viria e que fundaria uma nova igreja, que é a nova Jerusalém, segue-se que Ele deve fazer isso por intermédio de um homem que possa não somente receber pelo entendimento as doutrinas dessa Igreja, mas ainda publicá-las pela imprensa".

"Que o Senhor Se manifestou diante de mim, seu servo, e me encarregou dessa função, e que depois disso abriu a vista do meu espírito, e assim me introduziu no mundo espiritual, e me concedeu ver os céus e os infernos, e também falar com os anjos e os espíritos, eu o atesto como sendo a verdade. Atesto igualmente que, desde o primeiro dia deste chamado, não recebi de anjo algum nada do que concerne às Doutrinas desta Igreja, mas que tudo tenho recebido do Senhor, só, enquanto leio a Palavra".

"Para este fim, que o Senhor possa estar sem cessar presente, foi-me desvendado o sentido espiritual de sua Palavra, no qual o Divino Vero está em sua luz, e nesta luz Ele está continuamente presente."

78.6.2- E no prefácio de outra obra sua, "O AMOR CONJUGAL", Swedenborg declara:

"Prevejo que muitos dos que lerem as explicações que se seguem e as descrições, no final dos capítulos, das coisas por mim presenciadas no mundo espiritual, suporão que se trata de pura imaginação. Asseguro, porém, que não foram por mim inventadas, mas existiram em realidade e foram vistas em estado de completa vigília. E isto porque aprouve ao Senhor manifestar-Se a mim e fazer de mim Seu instrumento no ensino da doutrina da nova igreja. Assim, foram-me abertos os interiores da mente e do espírito, o que me permitiu estar simultaneamente em contato com os anjos no mundo espiritual e com os homens no mundo natural, e isto durante anos".

78.7- Partindo tais palavras de quem partem, de um sábio cuja integridade jamais foi posta em dúvida, como se prova pelo testemunho irrefutável de seus contemporâneos, devem elas ser verdadeiras. Ainda em vida de Swedenborg, dele disse seu mais violento opositor, que "em todas as ocasiões foi sempre universalmente admirado e distinguido pelos seus elevados conhecimentos das ciências físicas e da exploração de minas". Ora, as palavras de um tal cidadão, louvado pelos próprios adversários e cuja vida foi por eles julgada irrepreensível, não podem ser insinceras. Muitos dirão: "Talvez sejam, mas o homem pode ter estado louco". Aliás, foi isso que os líderes da igreja estatal sueca disseram, a fim de que não se desse atenção às suas obras.

78.8- Há razão para duvidar das declarações de Swedenborg?

78.8.1- Há, é claro. As obras teológicas e as palavras de testemunho de Swedenborg têm sido atacadas e chamadas de fantasias. Mas isto não é novidade. Afinal, qual o grande profeta ou vidente que não foi considerado louco pelos sábios deste mundo? Festo disse a Paulo:

"Estás louco, Paulo. As muitas letras te fazem delirar. Mas ele disse: Não deliro, ó poderoso Festo, antes digo palavras de verdade e de um são juízo" (Atos 26:24- 25).

Os fariseus e saduceus diziam de João Batista: "Tem demônio" (Mateus 11:18). E, até mesmo a respeito do próprio Senhor Jesus, foram levantadas dúvidas:

"Tornou pois a haver divisão entre os judeus por causa destas palavras. E muitos deles diziam: Tem demônio, e está fora de si. Por que o ouvis? Diziam outros: Estas palavras não são de endemoniado; pode porventura um endemoniado abrir os olhos aos cegos?" (João 10:19- 21).

78.8.2- A própria vida de Swedenborg prova que ele falava com lucidez e estava muito longe de ser louco. Sem revelar seu nome, ele escreveu e publicou, durante vários anos, numerosas obras teológicas e, durante esse tempo, ninguém observou qualquer procedimento estranho de sua parte. Como membro da nobreza, tomava parte simultaneamente nas discussões da Câmara dos Nobres, na Suécia, e o Conde Hopkin, que foi primeiro ministro daquele país, referindo-se a ele, disse:

"Possuiu sempre um juízo perfeito; via tudo com clareza e do mesmo modo se expressava sobre qualquer assunto. Os memoriais mais bem fundamentados e redigidos, apresentados na dieta de 1761, foram de autoria dele".

Esta declaração do Conde Hopkin era uma resposta que ele dava a uma carta que lhe dirigiram duvidando da sanidade de Swedenborg. Poder-se-ia aumentar indefinidamente o número desses testemunhos, porém a prova real da sanidade de Swedenborg está nos próprio livros que escreveu: obras que levam o sinal potente da verdade, escritas com clareza e penetração verdadeiramente maravilhosas.

78.8.3- Em uma carta dirigida ao rei da Suécia, disse Swedenborg:

"Que nosso Salvador Se revelou a mim visivelmente e me mandou fazer o que tenho feito e ainda tenho de fazer, e que me permitiu comunicar-me com anjos e espíritos, eu o tenho declarado a toda a cristandade, tanto na Inglaterra, Holanda, Alemanha e Dinamarca, como na França e Espanha, e também neste país, em várias ocasiões, diante de Vossas Majestades Reais, e especialmente quando fui honrado em me assentar à mesa da família real, diante da qual e de cinco senadores minha missão foi o único assunto da conversa. Mais tarde, expus o mesmo assunto diante de cinco senadores. Entre eles, os condes Tessin, Bonde e Hopkin julgaram que assim é, em verdade. Além dessas, muitas outras pessoas, tanto do país como do estrangeiro, entre as quais se encontram reis e príncipes, têm tido conhecimento de minha missão. Apesar de tudo isso, o Ministério da Justiça declara que esses fatos são falsos, quando não o são. Se dissessem que tais fenômenos são incompreensíveis, nada teria eu a replicar, uma vez que não posso convencer os outros da minha capacidade de ver e ouvir aquilo que eles não vêem e ouvem. Também não posso fazer com que os anjos e espíritos conversem com eles: o tempo dos milagres já passou. Com sua própria inteligência, entretanto, poderão examinar o assunto e preparar-se para compreender esses fenômenos, ao lerem e meditarem sobre meus escritos, nos quais se descrevem muitas coisas sobre as quais jamais alguém escreveu e não poderiam ser descobertas senão por visões ou por comunicação com aqueles que estão no mundo espiritual. Para compreender isto, basta que seja examinado o que foi dito relativamente ao assunto no meu livro sobre o Amor Conjugal. Se restar, ainda, alguma dúvida, estou pronto para testificar, com o juramento mais solene que se me possa prescrever, que o que acabo de dizer é inteiramente verdadeiro e real, sem o menor exagero. Isto me foi permitido experimentar por nosso Salvador, não por meu merecimento, mas por amor a todos os cristãos. Sendo isso o que tem ocorrido de verdadeiro, mal é que o declarem inexato e falso, embora possam alegar que se trate de algo incompreensível" (Tafel, Documentos Sobre Swedenborg).

78.8.4- Embora tais palavras não possam partir de um homem cuja sanidade mental é posta em dúvida por alguns, muitas pessoas não as aceitam como verdadeiras: acham impossível que as coisas se processem como são descritas. A essa objeção só poderemos responder com as próprias palavras de Swedenborg:

"Compreendo que poucas pessoas crerão que alguém possa ver as coisas que existem na outra vida e seja capaz de relatar o estado das almas depois da morte, porque, em geral, os homens não crêem na ressurreição, e, daquelas poucas pessoas [que crêem], a maioria é composta pelos simples, porque estes são os mais propensos a crer na vida depois da morte. As pessoas, na sua grande maioria, afirmam de boca que acreditam na vida depois da morte, porque assim é ensinado pela religião, mas de coração negam a possibilidade dessa vida. Outras confessam abertamente que creriam se alguém voltasse do outro mundo e fosse por elas visto, ouvido e tocado. Porém se isso acontecesse com uma só pessoa, nada adiantaria. Seria necessário que o fenômeno se repetisse com todos os descrentes e, ainda assim, estes provavelmente levantariam objeções quanto à veracidade do que observassem. Outros acreditam que ressurgirão no outro mundo, mas somente no dia do Juízo Final, e que nesse dia todas as coisas deste mundo perecerão. Como entretanto, o dia do Juízo tem sido esperado em vão durante quase dois mil anos, essas pessoas têm sua crença abalada. Sobre esse acontecimento (o Juízo Final), a que se refere a Palavra, diremos mais tarde algumas palavras, pelas quais se poderá compreender a sua natureza. Com o objetivo, pois, de que os homens não se confirmem em falsas opiniões sobre a outra vida, foi permitido pela Divina Misericórdia do Senhor que, embora esteja eu ainda neste mundo, me comunique em espírito com o outro, fale com as almas de quase todos aqueles que aqui conheci e que morreram, e observe fatos surpreendentes que ali ocorrem. Como posso dar testemunho desses fatos, agora poderão ser provados aqueles que manifestam crer em alguém que vá ao outro mundo e dele volte".

78.9 - A natureza das revelações dadas por intermédio de Swedenborg

78.10- Pode surgir a pergunta: "Se tal revelação é verdadeira, como verificar sua veracidade?" A resposta é esta: uma revelação não pode ser verificada experimentalmente. Mas há um processo pelo qual ela pode ser provada: se for verdadeira, a inteligência daqueles que buscam a verdade logo a reconhecerá como tal.

78.11- Uma religião genuína deve ser racional e, conseqüentemente, deve brilhar com tal fulgor que aqueles que a buscam possam ver a verdade em sua própria luz, vê-la com tal claridade que as nuvens da dúvida sejam dissipadas. Deve, também, guardar conformidade com a revelação prévia, tal como se dá com a Palavra de Deus, quando interpretada com clareza. Além disso, deve exaltar o amor dos homens para com Deus de maneira profunda, elevar suas mentes ao céus e introduzir-lhes nos corações plena caridade para com o próximo. Deve, ainda, ajudá-los a vencer as lutas e tentações e consolar os que buscam alívio espiritual. Se preencher esses requisitos, será realmente uma religião verdadeira. Que a religião resultante da nova revelação dada por intermédio de Emanuel Swedenborg preenche tais requisitos, é o que podem verificar todos aqueles que amam a verdade pela verdade mesma.

78.12- Há, porém, um ensinamento da nova revelação que, uma vez aceito - e em sã razão ninguém poderá rejeitá-lo - constituirá prova robusta da veracidade dessa revelação e eliminará todas as dúvidas que possamos ter. É uma nova linguagem, a cuja luz a interpretação da Palavra de Deus deixa de oferecer dificuldades e de apresentar contradições.

78.13- Dissemos que ninguém, em sã razão, poderá deixar de aceitar esse ensinamento porque ele é de uma lógica absoluta e pode ser apreendido como qualquer língua. Se alguém nos ensinasse com perfeição uma língua estranha, de três coisas ficaríamos absolutamente certos: 1) que saberíamos uma nova língua; 2) que poderíamos, em conseqüência, ler nessa língua; 3) que quem no-la ensinou a conhecia perfeitamente. Pois isso ocorrerá com aqueles que estudarem as obras de Swedenborg, nas quais nos é ensinada a linguagem das correspondências em que foi escrita a Palavra de Deus. Uma vez apreendida esta linguagem, todas as passagens obscuras se tornarão claras e o Amor e a Sabedoria de Deus brilharão em cada versículo.

78.14- Depois de publicar o "APOCALIPSE REVELADO", obra que interpreta com toda clareza o último livro do Novo Testamento, Swedenborg escreveu a um amigo o seguinte:

"Este ano foi publicado o "APOCALIPSE REVELADO" ... pelo qual se pode ver claramente que converso com os anjos, pois que nem o menor versículo do Apocalipse pode ser compreendido sem uma revelação. Quem não percebe logo que pela Nova Jerusalém a que se refere esse livro se entende uma Nova Igreja, e que suas doutrinas, ali descritas por meras correspondências, só podem ser reveladas pelo Senhor Jesus Cristo, por intermédio de alguém a quem a revelação seja concedida?

"Posso solenemente dar testemunho de que o Senhor mesmo me apareceu e me mandou fazer o que estou fazendo agora; e para esse fim abriu os interiores de minha mente, que são os de meu espírito, para que eu pudesse ver as coisas do mundo espiritual e ouvir os que lá se encontram, privilégio de que me venho valendo há vinte e dois anos.

"O simples testemunho que dê não basta, porém, nos dias de hoje, para convencer os homens daquele fato. Qualquer pessoa, porém, de entendimento são, pode chegar a uma conclusão afirmativa pelo testemunho de meus escritos, especialmente do "Apocalipse Revelado". Quem teve informações precisas, até agora, do sentido espiritual da porém, nos dias de hoje, para convencer os homens daquele fato. Qualquer pessoa, porém, de entendimento são, pode chegar a uma conclusão afirmativa pelo testemunho de meus escritos, especialmente do "Apocalipse Revelado". Quem teve informações precisas, até agora, do sentido espiritual da Palavra, do mundo espiritual, do céu, do inferno e da vida do homem depois da morte? Deveriam estas e muitas outras coisas permanecer perpetuamente ocultas aos cristãos? Pela primeira vez foram elas mostradas por amor de uma nova igreja, que é a Nova Jerusalém, não somente para que seus membros meditem sobre elas, mas também para que cheguem ao conhecimento dos incrédulos de boa vontade e possam convencê-los da verdade." (Documentos Sobre Swedenborg).

 

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